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Economista, Administrador, Analista de Sistemas e Pensador (forcei). Meu suporte está em Deus que me elegeu na eternidade como Seu filho sem nenhum mérito para mim, na minha esposa Verônica e meus filhos, os manos Accete, Raphael, Philipi e Victor. Amo a Deus sobre tudo. Mas não posso esquecer que sou Flamengo e tenho duas negas chamadas Penelope e Joaquina, a galega doida Lara Croft e a mulambo de estopa, Cocada.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Dilma no País das Maravilhas



Nem Lewis Carrol conseguiria imaginar um mundo tão fantasioso para a nossa rainha de copas, que atende pela alcunha de , Dilma Roussef.

Dos seus pronunciamentos tresloucados não conseguimos tirar nada, mas nadinha mesmo de útil. 

As vezes me bate uma dúvida cruel. Não sei se ela é autista, esquizofrênica, burra mesmo, ou junto com sua arrogância é tudo isso junto. Fora as pérolas do  nonsense, como a criação da corrupção dolosa, o que cria o pressuposto de que haja uma corrupção culposa, a mulher parece que vive num mundo a parte, um universo paralelo, bizzarro, onde ela cria uma realidade e espera que essa realidade contagie a todos.

Poderia até ter pena dela, já que talvez ela mesma se sinta uma tartaruga em cima do poste. Aquela que todos, inclusive ela, não sabem como chegou lá, foi seu criador Lulastein que a colocou, e todos sabem, inclusive ela, ou não, que ali não é o seu lugar.

Nem precisa ir muito longe para chorar da ou rir, da tragicomédia que foi seu discurso com os governadores.

Ela começa falando de pactos.


  1. Responsabilidade Fiscal - Ela diz: "Este é um pacto perene para todos nós", pressupõe-se pelo seu ar de matrona de filme B italiano que ela está dando uma aula de integridade aos seus netinhos. Primeiramente, em qual governo mesmo que a contabilidade foi maquiada para que o superávit primário fosse inflado para parecer o que não era? O que é um pacto perene, ela já tem tanta convicção que todos ali jamais sairão do poder? Um governo perdulário que gasta sistematicamente mais do que arrecada, e que não consegue concluir quase nenhuma obra ao longo de 10 anos, voce pode dizer que Dilma só está lá a pouco mais de 2 anos, engano seu, ela está lá comandando os PACs há mais de 6 anos, pode esse governo falar seriamente de responsabilidade fiscal?
  2. Reforma Política - Falar genericamente de reforma política é muito confortável. Mas o que exatamente precisa ser reformado. Que se saiba, o PT, só tem labutado em duas frentes. Financiamento público de campanha, apregoando que isso acabará com caixa 2. Quem quiser acreditar que de fato existe um reino da fantasia, que acredite, mas acreditar que o que hoje existe quando é permitido financiamento às claras, vai mudar quando for proibido, é de um mau caratismo sem tamanho, sobretudo porque a proposta que o PT vem querendo apresentar se baseia numa proporcionalidade de bancada onde ele terá disparado a maior fatia, inviabilizando por completo partidos pequenos. Falar de elementos mais úteis o PT não quer, tais como, voto distrital, fim das coligações, fim do voto de legenda. Até apoio a ideia de barreiras legais para criação de novos partidos, mas depois da eleição de 2014. Outra coisa dizer que precisa de um plebiscito para estabelecer uma constituinte é uma mentira que tenta se livrar da responsabilidade e jogar o fardo para outros.
  3. Corrupção - Como citei acima, Dilma de Copas, criou uma distinção entre corrupção dolosa, aquela que é cometida conscientemente, e a culposa, onde voce corrompe, ou se corrompe, sem querer (!?). Como alguém é subornado, ou suborna, rouba, ou deixa roubar, extorque, sem querer eu não sei ainda, prometo pesquisar mais esse bloqueio mental que pode acometer alguns segundo Dilma. Mas meus amigos temos que parar com essa ideia tosca que todo crime se resolve apenas aumentando a pena. Crime hediondo. Ah, tá. Isso soa bem a ouvidos eleitorais, mas na prática, o que pode mudar algo, é atitude de condenação. Leis já existem para tanto, mas Dilma poderia começar entregando todos os dados sobre a primeira amante, Rose, ao MP e a PF. Ações mais concretas contra a corrupção e a improbidade administrativa não precisam de maiores penas para acontecerem, e sim de atitude de todos, e aí concordo com muitos, incluindo a população em cada pequenos gesto, tornar-se intolerante com os pequenos atos do dia a dia.
  4. Saúde - Nesse item os governadores e prefeitos também tem uma culpa enorme, mas o discurso de que vamos acelerar a construção de hospitais, upas e postos de saúde, soa bem insincero para quem pouco fez em mais de uma década em relação ao assunto. A reforma da saúde passa inevitavelmente por uma melhor remuneração dos médicos, pelo fim da corrupção no setor, e principalmente por melhores condições de atendimento a população carente, que ao longo dos últimos anos foi sendo empurrada para ampliar a lucratividade da saúde privada complementar dos inúmeros planos de saúde.
  5. Transportes - Donal Dilma, qualquer anta, sabe que a solução para transporte de massa, não é ônibus, e sim metro e trem. O ônibus é apenas um complemento nessa equação. Ceder ao discurso fácil e irresponsável da tarifa zero, é tentador, mas errado. Vivemos num país capitalista em que empresários estão lá por lucro mesmo, e já está mais do que comprovado que o nosso estado perdulário não consegue gerir quase nada de maneira eficiente. O que precisamos, é que as agências reguladoras sejam desaparelhadas, e passem a ser compostas por técnicos com conhecimento no assunto, com autonomia para cobrar os compromissos contratuais das empresas concessionárias de serviços públicos. E isso não apenas no transporte. Vale para a telefonia por exemplo, que após privatizada evoluiu muito, porém depois do aparelhamento da ANATEL, vimos nos últimos anos se deteriorar de tal forma que estamos num caminho celere para voltarmos a situação de 10 anos atrás;
  6. Educação - Esse talvez seja o item mais sensível. O problema educacional brasileiro não será resolvido por decreto, nem por cotas. Primeiramente, o governo, nas tres esferas deve se preocupar com o ensino básico (fundamental e médio) e técnico, não com o ensino superior. Mesmo mantendo as Universidades Federais e Estaduais, o ensino deveria ser pago, com concessão de bolsas integrais ou parciais para quem precisar. Com essa simples medida, muitas vagas poderiam ser criadas eliminando necessidade de cotas no curto prazo, e no longo prazo, a boa qualidade do ensino básico equipararia todos na sociedade. Diretores, reitores, deveriam ser indicados por mérito, e mais, seus salários deveriam ter uma boa parte condicionada a resultados obtidos em suas unidades, dando-lhes liberdade para gerir orçamento, contratar, demitir. Porém na sua fala a senhora insiste que a solução da educação está no uso dos Royalties do Petróleo destinados 100% a educação. Isso não é verdade, dinheiro se gasta muito, mas ele não chega na qualidade em sala de aula, e isso sim é que tem que ser mudado.
Cara Dilma, a senhora, ou seus auxiliares, ainda não entenderam que a população está cansada de discursos vazios de conteúdo e desconectados com a realidade.

Como tenho dito em outros posts, não sei se esse barulho todo chega em outubro de 2014, de fato não acredito, mas temo pela corda arrebentada que abre portas para os extremistas tanto de esquerda, quanto de direita, se colocarem como salvadores da pátria. Não precisamos de um novo Sassá Mutema, precisamos sim de ações concretas que visem retirar o país de um mar de corrupção, mas tudo dentro da DEMOCRACIA.

E muito cuidado mas acho que o gato está querendo se colocar de novo como farol da humanidade no lugar do poste.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Pelo menos na mente dos sub intelectuais.




Por que é tão importante combater insistentemente falsas informações.

Uma frase de ninguém menos do que o Ministro da Propaganda do Terceiro Reich dá-nos uma razão bem concreta:

"Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade"
- citado em "The Sack of Rome" - Page 14 - por Alexander Stille e também citado em "A World Without Walls: Freedom, Development, Free Trade and Global Governance" - Page 63 por Mike Moore - 2003

Essa frase é de Joseph Goebbels.

Trago essa questão, porque nas mídias sociais, um bocado de inocentes úteis  os quais podemos de chamar também de bobos, muitos por opção de não estudarem e lerem, juntamente com muitos nem tão inocentes assim, e que por falta de ética, agindo tendenciosamente, repetem, quer seja através de figurinhas pretenso engraçadinhas, ou ainda com bordões e chavões, uma crítica ao Projeto de Decreto Legislativo 243, alcunhado, maliciosamente, de Cura Gay.

Nem vou discorrer muito sobre a associação dele ao Deputado Marcos Feliciano. O relator da Comissão é o Deputado João Campos, e foi aprovado por maioria da CDH.

Fora isso vejam esse parecer do ministro do STF, Celso de Melo:

“O abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em que o Estado atua 'contra legem' ou 'praeter legem', não só se expõe o ato transgressor ao controle jurisdicional, mas viabiliza, até mesmo, tal a gravidade desse comportamento governamental, o exercício, pelo Congresso Nacional, da competência extraordinária que lhe confere o art. 49, inciso V, da Constituição da República e que lhe permite ‘sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (...)” (AC-Agr-Qo 1.033/DF, dia 25 de maio de 2006) .

E para quem não sabe, os Conselhos Federais estão no âmbito do executivo.

Alguns já tem dito, entre eles eu, e reitero, que essa alcunha, é um estelionato cultural. Concordando ou não com o que se propões, nada, absolutamente nada tem a ver com Cura ou não Cura.

O que é na verdade o PDL 234/2011?

O projeto quer repelir uma decisão do Conselho Federal de Psicologia que proíbe os psicólogos de cuidar da sexualidade de um paciente gay que quiser voluntariamente deixar de sê-lo. O Projeto de Decreto Legislativo 234/11 torna sem efeito os trechos do terceiro e quarto artigo da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia.
Leia aqui a PDL 234.

Trechos do parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de Março de 1999 que a PDL 234 revogaria:

“Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades. 
Art. 4º – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.”

O que se está suprimindo é o que está em negrito. De fato o que o projeto estabelece é devolver ao psicólogo a liberdade de atuar junto aos seus pacientes de acordo com o que o mesmo deseja, e dentro daquilo que ele entender que seja o tratamento adequado. Note que, quem associou a homossexualidade a uma doença foi o próprio Conselho Federal de Psicologia, eles é que usaram o termo cura das homossexualidades. E não o PDL 234/2011.

Nenhum Conselho de Psicologia de nenhum país desenvolvido ameaça ou cassa o registro de um psicólogo atender um paciente, que, por sua própria vontade, quiser ser tratado. Ao se intrometer na relação do paciente e do psicólogo, o CFP adotou uma postura autoritária que fere os direitos profissionais dos psicólogos.

Note que a resolução do CFP, implica, que se um psicólogo se recusar a tratar um paciente homossexual, poderá ser punido. 

Não, não estou defendendo que a homossexualidade sejam desordens psíquicas, mas imagine que o que estabelece o art. 4º impede, por exemplo, que um psicólogo, em sua igreja se manifeste contrariamente a prática homossexual de acordo com suas convicções. Não falei, de consultório, e sim de um ambiente privado.

A realidade é que a sexualidade humana tem uma enorme variedade de nuances, sendo que existem, segundo Kinsey, 7 tipos de perfil de sexualidade entre o homossexual e um heterossexual. Existem pessoas que são sempre héteras, outras que são héteras e às vezes homossexuais, as que sentem atração pelos dois sexos, as que são homossexuais e às vezes heterossexuais, as que são sempre homossexuais, etc.

Não há motivo para discriminar uma pessoa por causa de sua orientação, posto que a orientação sexual não se define por esteriótipos fixos como heterossexual e homossexual. Portanto, um bissexual não poderia procurar um psicólogo para ter mais controle sobre uma de suas orientações, um heterossexual com raras pulsões homossexuais não poderia procurar um psicólogo para focar sua sexualidade em pessoas do sexo oposto, etc.

O que diabos é isso? Isso é uma censura escancarada por parte do CFP. Quer dizer que um psicólogo agora não vai poder expressar sua opinião, pois qualquer coisa que for tida como “homofóbica” – mesmo que não seja – irá cassar seu registro. ABAIXO A DITADURA! VIVA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO!

Portanto use pelo menos um pouco os neurônios que voce tem, leia, se intere dos assuntos antes de discutir, e tenha argumentos. Se esconder atrás de posts engraçadinhos, nada mais é do em atestado de falta de capacidade de pensar e argumentar.

sábado, 22 de junho de 2013

DESCULPEM-ME, MAS EU PENSO FORA DA CAIXA.




Ouvi de alguns amigos uma colocação de que eu sou contra as manifestações. Não sou. 

Tentando simplificar o que questiono:

1. A ingenuidade de achar que essa manifestação surgiu naturalmente no seio do chamado povo;

2. A ingenuidade de achar que não existem forças tentando conduzir e manipular o clamor das ruas;

3. A certeza de que haverá repercussões significativas no meio político;

4. A convicção que um movimento sem uma pauta clara e sem lideranças possa permanecer coeso, pacífico e atingir alvos;

5. A não permissão de vozes discordantes sobre qualquer assunto que seja;

6. E principalmente a ideia tola de que a democracia direta é algo palpável e que podemos prescindir do sistema de representatividade;

Fora isso acho interessante a ideia que de alguma forma a juventude atual do país possa pelo menos começar a se interessar por algo mais que facebook e instagram. E anseio que ela cresça liberta de pressupostos mofados como boa parte da minha geração cresceu, e mais ainda sem o vácuo de conteúdo da geração posterior.

Não creio que isso seja ser contra, mas apenas questionar pressupostos aceitos sem perguntar e encontrar os porques é agir bovinamente.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pragmatismo



O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia estabelecida no final do século XIX, com origem no Metaphysical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos.

Segundo essa doutrina metafísica, o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.



Por natureza, sou uma pessoa muito prática. Fico incomodado com frases pouco esclarecedoras sobre o que se quer.

Tenho lido muito sobre a necessidade de se mudar tudo que aí está. Gostaria mesmo de saber o que é o Isso Tudo Aí.

Estamos de fato falando de que? E vejo o pessoal mais radical da chamada esquerda, auto intitulados prpogressistas usarem muito a expressão de romper com o modelo atual.

Colocando os pingos nos iiiiiiiiii, queria de fato saber a qual modelo se referem de maniera prática.

Estamos falando de troca de todos os políticos? Um tanto quanto utópico. Ou estamos falando de algo mais profundo que os ditos progressistas preferem omitir.

Porque se estamos falando da chamada democracia direta , estamos falando de anarquia, ou ainda falando da ditadura dos sindicatos. Ou seja daqueles que conseguirem fazer mais barulho.

Nunca existiu no mundo, nem existe hoje democracia que não seja representativa. Ou temos ditaduras ou democracias representativas no mundo inteiro. Esse supostamente possível ideal marxista é uma tolice que nunca foi implementada nem nos países onde se adotaram os ideais comunistas.

E se estamos falando de socialismo marxista, devemos ser honestos e falar claramente, sem meias palavras, e um vergonha estratégica.

Eu pessoalmente protesto de forma bem pragmática por:

1. Não a limitação do trabalho do MP;
2. Não a limitação do poder do STF;
3. Não a ditadura dos sindicatos, não me interessando o perfil deles;
4. Sim ao voto distrital;
5. Sim a responsabilização dos gestores públicos com seus bens por casos de improbidade administrativa e desvio de recursos;
6. Sim ao fim da estabilidade no emprego público, e remuneração baseada em resultados mensuráveis e transparentes;
7. Sim ao fim da reeleição em todos os níveis de cargos majoritários; Incluindo o saio mas volto já.
8. Sim ao fim do voto secreto no congresso para todos os assuntos;
9. Sim a limitação dos governantes de criarem ministérios e secretárias sem justificativa e aprovação no congresso e assembléias;
10. Sim ao fim da camera de vereadores com vereadores remunerados em municípios com menos de 200 mil habitantes, sendo substituída por um conselho fiscal e um conselho gestor não remunerado;


Poderia listas mais algumas, posso debate-las, vejam que nenhuma das minhas propostas aumenta um centavo sequer de despesa pública, pelo contrário, algumas até diminuem. Notem ainda que, não falei em nenhum plano de reduzir os planos assistenciais que hoje existem.

Pois desafio que as reivindicações dos chamados progressistas seja feita assim de forma clara.


terça-feira, 18 de junho de 2013

Como decifrar o gênio e ou colocá-lo de volta na garrafa?



Sobre as manifestações que tem acontecido, e tanto tem sido escrito nas redes sociais, gostaria de tecer alguns comentários mais detalhados sobre o que penso a respeito.

Sou a favor de toda e qualquer manifestação pacífica reivindicando o que quer que seja, justo ou não, concordando ou não. Não me interessa o que se pede, acho que numa democracia todos tem o direito de pedir o que entenderem ser necessário.

Desde já reafirmo o apoio a protestos pacíficos. Nós não vivemos mais numa ditadura em que a repressão e as manifestações mais violentas eram o único caminho. Se os 200 milhões de brasileiros quiserem fazer uma corrente de mãos dadas e cantar o hino nacional, estou dentro, mas quebrar qualquer coisa que seja, queimar nossa bandeira, ou impedir o direito de ir e vir das pessoas estou fora, e sempre estarei, numa democracia. Minha juventude engajada é da época que governador e prefeitos de capital eram escolhidos e não eleitos.

Posto que sou contra qualquer violência, acho no entanto que é ingênuo acreditar que numa passeata de dezenas de milhares de pessoas não ocorram exageros, como também acho ingênuo ou mesmo cínico achar que um policial numa relação de 1 policial para 100 manifestantes vá pedir por favor para o sujeito parar de jogar pedras.

Nunca fui militante de nada, mesmo porque costumo pensar fora do senso comum, e mais, detesto ser patrulhado em qualquer nível, política, religião, o que for. Mas tive meus momentos, fechar o trânsito na BR 104 em Maceió, enfrentar sozinho um PM que estava abusando de sua autoridade, recusar ser revistado por uma blitz sem que fosse apresentado qualquer razão para isso. Ter repreendido a polícia que gritava com meu filho de 10 anos, e outras. Já vaiei governador, prefeito, reitor. Já discuti e deixei em resposta diretor de colégio. E farei tudo de novo se entender que seja necessário.

Sobre o atual movimento vejo algumas questões que não são de fácil resposta, mesmo que os sociólogos, antropólogos, psicólogos e outrosqualquerólogos que existam estejam cheios de suas certezas respondendo a tudo.

Um movimento que começou de forma absolutamente limitada do ponto de vista numérico e debaixo de um teor claramente político ideológico partidário, está tomando uma dimensão que ninguém, nem governo, nem oposição imaginavam a princípio. Uma das tolices que tenho visto e ouvido é a associação entre a estrondosa vaia a Dilma na abertura da copa das confederações como ponta de lança do movimento. Não foi. Também a questão dos R$ 0,20 do ônibus não é a razão de tanto barulho.

Qual a razão? Também não sei. Mas fica claro que há uma insatisfação generalizada contra TUDO QUE ESTÁ AÍ. E é exatamente aí que não vejo ainda no que esse burburinho todo vai dar. Querer comparar esses protestos a Primavera Árabe, até me assustaria se isso não fosse uma falácia despropositada. Primeiro que a Primavera Árabe tem se mostrado uma tosca metonímia onde se troca seis por meia dúzia, ou até menos. Segundo porque não vivemos nada parecido em termos de repressão como se vive lá.

O que estamos vendo é uma verbalização de descontentamento que tem unido no mesmo protesto, os "esquerdistas progressistas" e os "direitistas conservadores". Ambos os lados já começaram a reivindicar sua proeminência nas manifestações. Um amigo comentou o fato, no qual concordo quase que totalmente, que o Brasil de fato tem sido governado pelo centro, independente de quem seja o Presidente. Só discordo dele, quando ele cita o centro como sendo algo de mau em si mesmo. Mas porque isso acontece? Porque meu caro amigo, eu e você podemos até votar ideologicamente a nível nacional, mas no local costumamos decidir fisiologicamente. Decidimos não por acreditar ou não em ideias e ideais e sim pelo benefício imediato, e pessoal, que podemos ter.

Não acredito que um movimento sem direcionamento como este, CONTRA TUDO E CONTRA TODOS tenha sucesso ou um futuro benéfico. Quem vai conseguir cooptar o maior número de protestantes não sei. Tenho amigos que já vislumbram um impeachment de Dilma, Não vejo por aí, e nem sou a favor disso, defendo a retirada dessa turma do poder, mas no voto. Outros amigos estão vislumbrando a derrocada final da classe média brasileira, seja lá o que for isso. Todos vislumbram a expulsão da corja de políticos corruptos. Mas esquecem estes que a corrupção não é privilégio e direito dos deputados, senadores, ministros e presidente.

Mantendo-nos no âmbito público, quantos órgãos vocês conhecem onde há desvio de dinheiro. Hospitais onde médicos recebem sem trabalhar? Escolas onde o custo da merenda daria para servir café, almoço e jantar de resort, e é servido cachorro quente com carne de segunda? Obras e mais obras que não acabam nunca?

No âmbito privado, quantos de nós jogam lixo na rua? Querem um emprego público só para receber sem trabalhar? Conseguimos uma vaga para um parente na base da amizade? Temos carteira de estudante sem o sê-lo? Colamos nas provas que fazemos? Furamos filas? Damos migué no trabalho? Acha que isso não é corrupção? É muito bonito falar dos outros, ou citar a Suíça como exemplo. Mas vá explicar a um suíço porque no Brasil tem que ter cobrador e catraca nos transporte público. (Nós sabemos que se não colocar ninguém paga por aqui).

Acho que este movimento é legítimo na sua maior parte, nem de longe discordo disso, só não acredito, pelo menos por enquanto, que isso vá ter qualquer repercussão na forma de agir dos governantes desse país, a não ser ações pontuais oportunistas e eleitoreiras como a tomada hoje por Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Falta uma liderança e mesmo um foco mais claro do que se propõe.

Alguns estão muito emocionados ao ver o povo em cima do teto do congresso, mas não é a primeira vez que isso ocorre, e que me lembre apenas o movimento Diretas Já, conseguiu algo de fato. Pode-se até não gostar dos nomes, mas havia um direcionamento e uma liderança, Teotônio, Ulysses, Tancredo, mesmo Lula e FHC estavam juntos lá. Não esqueçamos de Fafá é claro.

Portanto, sei que algo está acontecendo, só não consigo ter a convicção que alguns já tem, de em que isso dará, nem tampouco acho que tenha surgido do nada. Vejo muito claramente que esse desejo de sair ocupando tudo vem sendo fomentado há alguns anos, só que, os que o fomentavam acreditavam que poderiam por o gênio de volta na garrafa quando quisessem, e mesmo guiá-lo de acordo com seus desejos e talvez estejam descobrindo tarde que, só pão e circo não sejam suficientes para fazer o gênio voltar para a lâmpada.








domingo, 16 de junho de 2013

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUH! Faz Parte do Jogo Democrático.




Achei muito engraçado ontem diversas manifestações de repúdio as vaias no Mané Garrincha, quase todas usando o mesmo discurso de que o Brasil foi envergonhado.

Mesmo que considere esse argumento sincero, o que não acho, já que a maioria dessas mesmas pessoas em algum momento de suas vidas acharam lindo outras vaias, como por exemplo no caso da Yoani, e olhe que no caso da Yoani ninguém era obrigado a ouvir a sua voz caso não quisesse, e ontem foram obrigados a ouvir, eu vejo esse argumento como aquele cara que não tem onde cair morto mas quer ter um vida de aparente luxo para que os outros tenham uma boa imagem de si.

Óbvio que o público no Mané Garrincha não vaiou integralmente. Óbvio que o público ali não representa um extrato da população brasileira. Óbvio que a popularidade de Dilma continua muito alta, mesmo que caindo regularmente. Mas óbvio também que as pessoas que não concordam com ela tem o direito de vaia-la como qualquer figura pública. Se até a rainha da Inglaterra já foi vaiada, porque direito especial Dilma não poderia.

Alegar falta de educação do povo que vaiou é mais um estelionato dos chamados progressistas, que aliás se valem exatamente da falta de educação do povo, assim como faziam as mesmas chamadas elites que eles combatiam.

O povo, em qualquer extrato social tem o direito de se manifestar, desde que de forma pacífica. Isso é Democracia. E só.

Acho que os protestos só fazem sentido se levados até as urnas. Quando apenas restritos a vaias e posts no facebook são muito pouco.

Protesto, pacífico, é bom e faz muito bem a democracia.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

DEDUÇÕES LÓGICAS - Ou como um imbecil pensa que é um sábio.



Conta-se uma historinha mais ou menos assim:

Dois amigos se encontram numa viagem de ônibus e um deles trás a mão um livro de título Método das Deduções Lógicas. O outro amigo curioso pergunta:

-       Do que trata esse livro?
-       Com ele nós aprendemos a descobrir coisas sobre as pessoas através de perguntas, deduzimos logicamente a partir das respostas a personalidade do outro.
-       É mesmo, como funciona?
-       Vou fazer um teste com você. – E começou a perguntar:
-       Voce tem um aquário?
-       Tenho.
-       Então você gosta de peixes. Voce brinca com animais?
-       Sim.
-       Então você gosta de bichos de estimação. Voce gosta de crianças?
-       Sim.
-       Hum. Voce tem filhos?
-       Sim, dois.
-       Ah! Voce é casado?
-       Sim.
-       Então você não é gay.
-       Isso mesmo, não sou.
-       Viu, através de perguntas eu cheguei a essa conclusão.
-       Bacana. Posso tentar? – perguntou o outro.
-       Claro.
-       Voce tem um aquário?
-       Não.
-       Então você é Gay.

Estamos vivendo num mundo de deduções lógicas. Se você acha que não se enquadra nessa categoria veja as questões abaixo e veja se você realmente é alguém que pensa.

Pergunta
Resposta
Dedução Lógica
Você gostaria que seu filho fosse homossexual
 Não
 Então você é homofóbico.
Voce é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo
 Não
 Então você é homofóbico.
Voce é favor do aborto em qualquer situação
 Não
 Então você é um fundamentalista religioso.
Voce acha que os atos de corrupção do governo devem ser apurados
 Sim
 Então Você é um reacionário da maldita direita.
Voce aprova o quebra-quebra das manifestações
 Não
 Então você é um apoiador da violência militar.
Voce critica o recebimento do bolsa família por quem não precisa
 Sim
 Então você é um rico mimado que quer todo o dinheiro só para si.
Voce é contra a legalização da maconha
 Não
 Voce é um traficante que se beneficia do mercado ilegal.
Voce estudou, e consegui um emprego que não é de salario mínimo
 Sim
 Voce faz parte da odiosa classe média burguesa retrógrada alienada e alienalizante.
Voce apoia o ideário comunista
Não
Então você faz parte da Zelite mesmo que trabalhe todo dia de 08 às 18 para botar comida em casa.
Voce é contra cotas?
Sim
Então você quer perpetuar a desigualdade.

Muitos podem se especializar nessa atividade das Deduções Lógicas e acrescentar suas idéias.


E vamos acirrando os ânimos até que o Brasil se torne de fato em uma Venezuela Bolivariana.