Quem sou eu

Minha foto
Economista, Administrador, Analista de Sistemas e Pensador (forcei). Meu suporte está em Deus que me elegeu na eternidade como Seu filho sem nenhum mérito para mim, na minha esposa Verônica e meus filhos, os manos Accete, Raphael, Philipi e Victor. Amo a Deus sobre tudo. Mas não posso esquecer que sou Flamengo e tenho duas negas chamadas Penelope e Joaquina, a galega doida Lara Croft e a mulambo de estopa, Cocada.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

INCLUSÃO DIGITAL: FIM DE UM APARTHEID TECNOLÓGICO.

(produzido em 08/2009)

O conceito de inclusão digital ou como o termo original em inglês melhor expressa “digital divide” trata de um apartheid social presente em nossos dias principalmente em países em desenvolvimento mas com problemas de prover acesso a toda a população dos benefícios deste desenvolvimento.

Inclusão Digital ou infoinclusão é a democratização do acesso às tecnologias da Informação, de forma a permitir a inserção de todos na sociedade da informação. Inclusão digital é também simplificar a sua rotina diária, maximizar o tempo e as suas potencialidades.” (Wikipedia)

O incluído digital não é apenas um utilizador de tecnologia, não é aquele que só aprende a usar recursos básicos tais como programas mensageiros, e-mails, ou ler notícias em páginas na internet, o será verdadeiramente um incluso, apenas se conseguir usar a tecnologia como suporte para ações que resultem na melhoria de suas condições de vida.

Incluir digitalmente é mais do que apenas “alfabetizar” a pessoa em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores. O erro de interpretação é comum, porque muita gente acha que incluir digitalmente é colocar computadores na frente das pessoas e apenas ensiná–las a usar Windows e pacotes de escritório. Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a um preço menor não é, definitivamente, inclusão digital. É preciso ensiná–las a utilizá–lo em benefício próprio e coletivo.

Mesmo por isso a derrubada dessa divisória digital tem que envolver além da distribuição de computadores em locais de acesso a comunidades carentes, o acesso a internet e o ensino do uso das ferramentas, atrelados a projetos geradores de renda para a comunidade, sem esquecer de uma parcela da população com dificuldades de acesso por deficiências várias quer motoras, visuais, auditivas desenvolvendo projetos de acessabilidade (e-acessability).

A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital deveria ser alvo de políticas públicas através de ações que promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.

Um parceiro importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve ser parte do processo de ensino de forma a promover a educação continuada. Não é raro hoje em dia termos encontros com educadores totalmente desligados do mundo digital eles mesmos, na sua maioria não por vontade própria mas por falta de condições básicas para o fazê-lo. A educação é um processo e a inclusão digital é um elemento essencial deste processo. Temos assistido eventualmente algumas ações governamentais, geralmente cercadas de um marketing elaborado, como é o costume dos governantes brasileiros, que geralmente se mostram inócuas, sem oferecer qualquer resultado. Computadores em escolas que não tem suporte de eletricidade para usa-los, computadores encaixotados e atrás de grades para não serem roubados, ou ainda sem nenhuma comunicação com a internet, algo impensável hoje em dia.

Embora a ação governamental seja de suma importância, ela deve ter a participação da sociedade quer seja pela cobrança e fiscalização das ações públicas quanto pela ação direta através de ONGs e outros organismos que promovam ações nesse sentido de permitir o acesso das comunidades carentes a Tecnologia da Informação e Comunicação.

Os indivíduos, que por condições de insuficiência de renda, não têm como dispor de computador e linha telefônica em casa, poderiam ter a exclusão atenuada, caso tenham acesso através de empresas, escolas ou centro de cidadãos. Esses recursos destinariam-se prioritariamente àqueles que não têm acesso em suas residências. Vale ressaltar que este tipo de solução tem natureza paliativa. Adicionalmente, poderíamos ainda considerar o uso do software livre em computadores o qual seria sem qualquer custo. Entretanto, deve-se considerar a facilidade de operação, suporte e manutenção existentes. Ademais, há ainda demanda reprimida de usuários de sistemas de telecomunicações, especificamente, o sistema de telefonia fixa que pode e precisa ser expandido a fim de prover a população com esse serviço básico além de permitir que ela tenha acesso a Internet.

O Brasil precisa superar esse atraso se pretende algum dia ser considerada uma nação desenvolvida. Todavia, para que isso é preciso começar imediatamente de fato e não de palavras, os resultados advindos são sempre de longo prazo, contamos em gerações, não se consiguirá nenhum resultado considerável em menos de 15 a 20 anos. Talvez de forma polêmica tenhamos que esquecer os adultos de hoje, já excluídos, para gerar toda uma nova geração de cidadãos digitais daqui a duas décadas. Se não fizermos algo as gerações vindouras continuarão com elevado índice de excluídos.

A inclusão digital é necessária para possibilitar à população, por exemplo, o usufruto dos serviços prestados via Internet. Hoje em dia, ter acesso a Internet significa acesso a um vasto banco de informações e serviços. Este imenso repositório de conteúdo e serviços deve ser utilizado por toda população brasileira. É preciso que o governo, como principal protagonista, assuma o papel de coordenador e atue em conjunto com sociedade civil organizada a fim de assegurar o tripé da inclusão digital.

Sem um empenho completo da sociedade e do governo que só agirá pela cobrança dessa mesma sociedade o abismo social existente será cada vez mais largo de mais dificil de transpor separando os “plugados” dos “desplugados”, gerando dois grupos sociais bem distintos um dos com acesso a informação e serviços de primeira linha e outro vivendo na idade da pedra digital e sendo cada vez mais afrontados por ela.

Nenhum comentário: