Tolice prêt-a-porter

Vamos fazer a exegese de um comentário recebido no FB

"A última coisa que querem é punir. Eles querem dar um golpe, que já está em andamento (15/03 será o gatilho para o golpe), usando exatamente a mesma tática usada na Venezuela. Se lembram ?Globovision sabotando tudo o que o governo fazia, marchas contra a corrupção do governo democraticamente eleito, violência nas marchas, mortes, e por fim o golpe. Na Venezuela, o exército era leal a Chavez e debelou o golpe, aqui no Brasil não teremos a mesma sorte. Infelizmente, depois do golpe, será a hora da criminalização do PT e de qualquer partido de oposição que represente uma possibilidade, ainda que remota, de conquistar as eleições novamente. O PSDB, DEM e PMDB formarão uma governo de coalisão, vão privatizar a Petrobras por um preço de banana, e passaremos por uma crise economica aguda. Dilma não chega ao final do seu mandato. Aqui em SP o clima é de histeria coletivo, que muito me lembra a Alemanha da década de 30. Exterminar é a palavra de ordem repetida sem parar."

Vamos lá

“A última coisa que querem é punir. Eles querem dar um golpe, que já está em andamento (15/03 será o gatilho para o golpe)”

Ou seja nosso amigo faz uma análise exclusivamente baseada em opinião, não em qualquer fato ou acontecimento registrado. Depois afirma que um golpe está em andamento e que uma determinada data está marcada  para isso. Bem, em geral os golpes de estado quando ocorrem são iniciativa de um grupo com lideranças bem conhecidas e não uma ação vinda de vários setores da sociedade de forma quase espontânea. E tudo dentro da legalidade, assim como foi o caso de Fernando Collor.

“Globovision sabotando tudo o que o governo fazia, marchas contra a corrupção do governo democraticamente eleito, violência nas marchas, mortes, e por fim o golpe.”

Bem aqui nosso comentarista falta com a veracidade dos fatos, na tentativa de golpe frustrada na Venezuela nos dias que a antecederam não houve esse clamor citado, nem tampouco esse grandes confrontos. Pelo contrário, os confrontos foram posteriores a tentativa de golpe e recrudesceram no atual governo do sucessor Nicolas Maduro. A associaçãoo Globovision com Tv Globo é no mínimo risível, algo como misturar gênero humano com Mané Germano.

Há ainda uma crítica a marchar contra corrupção contra um governo eleito democraticamente. Tendo a achar que nosso comentarista teve esse mesmo laivo de revolta em 1992 quando Lula e boa parte dos que ele vê hoje como ícones referenciais marchavam contra um presidente democraticamente eleito.

"O PSDB, DEM e PMDB formarão uma governo de coalisão, vão privatizar a Petrobras por um preço de banana, e passaremos por uma crise economica aguda."

Quem colocou a Petrobras a preço de banana foi o atual governo. E Não vamos passar por uma crise aguda, já estamos nela. E não esqueçam que o PMDB é aliado do atual governo desde o seu início.

"Dilma não chega ao final do seu mandato. Aqui em SP o clima é de histeria coletivo, que muito me lembra a Alemanha da década de 30."

Ora, ora. Essa tática de chamar desafetos de nazistas é antiga e denota apenas falta de argumento e desconhecimento das ideias por trás do Nazismo. Para citar algumas: Nacionalismo exacerbado, pregação de ódio entre classes, Estatização do controle da produção mesmo que os meios continuassem em poder dos amigos do regime, expropriação de propriedades daqueles que não são amigos do poder, e por aí vai, qualquer coincidência não é mera semelhança.

E sim pode ser que a palavra EXTERMINAR esteja na ordem do dia, assim como se faz com qualquer praga que ameaça o bem estar.