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Economista, Administrador, Analista de Sistemas e Pensador (forcei). Meu suporte está em Deus que me elegeu na eternidade como Seu filho sem nenhum mérito para mim, na minha esposa Verônica e meus filhos, os manos Accete, Raphael, Philipi e Victor. Amo a Deus sobre tudo. Mas não posso esquecer que sou Flamengo e tenho duas negas chamadas Penelope e Joaquina, a galega doida Lara Croft e a mulambo de estopa, Cocada.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Imprensa - O Quarto Poder. Será?



Estou talvez mexendo em vespeiro mas vamos lá.

Tempos atrás fiz uma crítica a dois apresentadores de telejornais e levei algumas pedradas, mas como foram virtuais e não machucam vou voltar ao assunto falando de imprensa, ou mesmo da imprensa.

Edmund Burke, irlandês, advogado que se dedicou ainda a filosofia e a política, cunhou a célebre frase:

A IMPRENSA É O QUARTO PODER.

Certamente tinha em mente uma imprensa atuante que cumpria um papel essencial a democracia informando e opinando independente de uma ideologia dominante e sempre usando um espírito crítico em suas análises dos fatos.

Notem que não usei a palavra imparcial. Por que? Simplesmente não acredito em imparcialidade em quem emite uma opinião, nem tampouco no relato de um fato. Sempre, como faço agora, usamos pressupostos, preconceitos, experiências pessoais, conhecimentos intelectuais quando falamos de ou sobre algo. Mesmo quando contamos a história tendemos a enfatizar os pontos que mais detêm as cores que nos agradam. Mas isso não pode nos levar a agir com desfaçatez e deliberadamente torcermos os fatos, ou deturparmos a verdade, estuprar nossa consciência e a dos outros em nome daquilo que temos como ideologia.

Sobre a história da imprensa e do comportamento correto sugiro que leiam sobre o escândalo Water Gate que constrangeu o presidente americano Richard Nixon a renunciar, e assistam o filme Todos os Homens do Presidente, estrelado por Robert Redford e Dustin Hofman. Quem acompanha a política americana sabe dos posicionamentos assumidos dos dois principais jornais americanos, o Washington Post  e o The New York Times. O POST assumidamente pró republicanos e o NYT assumidamente pró democratas, posturas essas mais marcantes no passado. Pois bem, foi o POST quem investigou a fundo e denunciou o uso da máquina pública no escândalo de espionagem por parte dos republicanos contra o escritório dos democratas no Edifício Water Gate na campanha de reeleição em 1972. O escândalo o levou a renúncia em agosto de 1974, meses depois de ter assumido o segundo mandato. Quem quiser achará farto material na internet sobre o assunto.

Dito isso, volto a nossa situação aqui no Brasil, onde a imprensa pode ser qualquer coisa menos imparcial, e reitero, não acredito em relatos e opiniões imparciais, mas deploro que sejam pusilânimes torcendo fatos, escrevendo ou falando reproduzindo discursos ideológicos como torcedores de baixa categoria pretendentes apenas em colher apoio aos seus ideais, distorcendo e fraudando a ética e mesmo a lógica dos fatos reais.

Semana passada, após hibernar por quase dois meses, a presidente, sim cara imprensa, o termo correto é presidentE e não com A no final, deu uma entrevista de "improviso", como se Dilma falar algo sem ter decorado ou lendo no teleponto fosse possível, dizendo que toda a corrupção até agora apurada na Petrobrás se devia ao fato de que Pedro Barusco não ter sido pego na década de 1990.

“Se em 1996 e 1997 tivessem investigado e tivessem naquele momento punido, nós não teríamos o caso desse funcionário que ficou quase 20 anos praticando atos de corrupção. A impunidade leva a água para o moinho da corrupção.” Dilma Roussef

Ela tentar jogar a culpa nos outros é algo esperado, afinal no melhor estilo Hommer Simpson, o PT sempre usou a tática de Se a culpa é minha eu ponho ela em quem eu quiser. Mas o que nos deixa estupefatos é a falta de reação dos repórteres presentes. 

Nenhum, absolutamente nenhum, rebateu de pronto o argumento fajuto de justificativa da roubalheira da Petrobras.

Se por ideologia ou falta de capacidade não sei, mas falta o mínimo de qualidade a esmagadora maioria dos trabalhadores da imprensa nacional. Qualquer bom jornalista rebateria essa argumentação na hora. Só como sugestão alguns pontos que poderiam ser arguidos:

  • Não houve nenhuma denúncia formal, nem investigação oficial sobre o assunto a época; Isso não quer dizer que não houve desvio.
  • Os valores são muito, mas muito menores do que os valores desviados posteriormente.
  • Mesmo na declaração de Barusco sobre a década de 1990 há qualquer referência a uso dos recursos de forma sistemática para entrega a políticos e partidos, como nos anos posteriores governados pelo PT existiram e existem; 
  • Entendendo-se a lógica de que o roubo no governo Dilma só ocorreu por conta do Barusco não ter sido descoberto e preso em 1998 deduz-se diretamente que se o governo Lula não coibiu os desvios da Petrobras ele tão ou mais culpado do que FHC, ou seria ele um Banana incapaz de qualquer decisão?
São apenas alguns contra argumentos que poderiam ter sido usados. Acho que qualquer criança já no início de sua capacidade cognitiva já poderia formular esses questionamentos. Mas não nossos valorosos repórteres.

Pior ainda que nem mesmo na maioria dos telejornais posteriores a este fato vimos questionamentos. Na GloboNews Leilane Neubarth e Cristiana Lobo se limitaram a mostrar a fala de Dilma e a reação de Aécio Neves como se fossem virgens vestais totalmente inocentes e alheias a realidade. Boechat na Band ignorou solenemente, aliás esse é um capítulo a parte, ontem assisti seu comentário na Band FM sobre esse assunto onde ele falava da necessidade de políticos serem punidos por escândalos na Petrobrás, mas sempre citava dois nomes, FHC e Aécio, durante quase cinco minutos não citou um nome sequer do atual governo. O Bom Dia Brasil está tão mal apresentado que sinto saudades do Renato Machado.


Voce pode defender sua ideologia, mas igonorar o absurdo desta declaração não é mais defender ideologia e sim acreditar que VALE TUDO para ganhar, é deixar-se violentar, mais ainda, pedir e submeter-se a um estupro de consciência. 

Vergonhoso, muito vergonhoso, para uma categoria que é intitulada de quarto poder. 





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