MARINA MORENA

Passado o primeiro turno da disputa presidencial queria falar um pouco daquela que foi o patinho feio do trio líder de pesquisas e que efetivamente participaram da disputa. Me perdoem Plino, Eymael, Zé, Levy, Rui e Ivan, mas vocês já teriam ajudado muito se ficassem em casa, mas democracia é assim mesmo, todos podem ter direito a “aparecer” um pouquinho.

Nosso patinho feio mesmo ficando em terceiro lugar transformou-se num bonito cisne a ser cortejado pelos outros dois lados da disputa.

Já me referi a Marina como aquela nossa amiga de colégio que era simpática, inteligente, muito gente boa, mas com que ninguém queria ficar na festa. Pois agora que a festa do primeiro turno acabou e está chegando o momento da prova, todo mundo a está convidando para participar da equipe que fará o trabalho valendo nota.

Do alto dos seus mais de 16 milhões votos, incluindo o meu, Marina você pode ser o fiel da balança. A autenticidade e coragem que o PV – Partido Verde – tem demonstrado no cenário político brasileiro nos dá ainda esperança que pela via da democracia consigamos levar um dia o Brasil a um patamar respeitável nos aspectos sócio-ambientais.

A seriedade e respeito com que Marina tratou o brasileiro durante a campanha reforçam em nós a idéia de que dá para ser político e estar do lado certo da vida.

Agora nestes pouco mais de 15 dias que faltam para a o segundo turno, tudo se falará para tentar justificar a ida para um lado ou para o outro. Desde lembrar-lhe sua antiga ligação com o PT, como a forma como ela foi enxotada de lá, e ridicularizada pela própria criatura de Lula.

Acredito que quem fechou com o certo no primeiro turno votando em Marina, no segundo turno tenha pelo menos uma certeza, não poder fechar com quem mente, rouba, suborna, viola sigilo, tentar esmagar um humilde caseiro em nome de se manter no poder.

Mas Marina deve não se deixar levar pelo canto das sereias e negociar não cargos , mas uma agenda propositiva levando em consideração os aspectos mais caros que envolvem seu ideário de desenvolvimento com sustentabilidade, desenvolvimento apoiado não em um paternalismo desenxabido, não um desenvolvimento baseado no lucro exorbitante dos bancos, não um desenvolvimento baseado em reformas agrárias que só causam desmatamento descontrolado pela falta de apoio técnico.

Isso não. Marina e aqueles que votaram nela devem buscar em um dos outros dois quem tenha alguma cara de responsabilidade e que tenha a confiança de que o que fala se escreve.

Só não acho, e muito me decepcionaria que, Marina lave suas mãos e fique em cima do muro. Tome partido e cobre deste a quem você apoiar a execução dos compromissos, isso lhe fortalecerá e talvez um dia nós eleitores consigamos entender totalmente que eleição não é um campeonato onde votamos no time que tem chance de vencer e sim nas idéias dos candidatos.

(texto originalmente publicado no jornal Folha do São Francisco)