"Dilma não receberá herança maldita como eu e Obama"
(Lula em novembro de 2010 no G-20)
Notícia de hoje no Bom Dia Brasil da Rede Globo:
"A inflação está querendo acordar. Está com 6% de inflação nos últimos 12 meses. E quando se mede a inflação dos mais pobres, a inflação acumulada em 12 meses é 6,5%. É exatamente o teto da meta, o que significa que está muito perto de descumprir a meta que o Brasil colocou para si mesmo. Mas há outros dados que olhamos por dentro da inflação que são mais preocupantes.
A inflação de serviços é atinge condomínio, aluguel, empregada doméstica, cabeleireiro, etc. Ela subiu muito, é a maior desde 1997. Chegou a 7,8% no acumulado dos últimos meses. Tem um dado mais preocupante, que é a inflação de alimentos. Ela chegou a 10,7% no acumulado em 12 meses."
Para quem tem mais de 30 anos e já viveu como adulto a década de 90 ou mais de 40 e viveu a década de 80 morre de medo de que o tempo da inflação alta retorne.
Muitas pessoas tentam não compreender que em termos de economia, o que se faz hoje reflete no futuro e o que está acontecendo hoje é reflexo do que foi feito ou deixado de fazer no passado.
Vivemos uma situação surreal em que o Ministro da Fazenda, o senhor Guido Mantega, vive achando tudo muito natural e normal, isso certamente porque ao lado de Lula foi o grande articulador da arapuca montada para o presidente seguinte, mas como ele mesmo continuou no governo, tem que "amenizar" o problema.
A campanha eleitoreira montada exclusivamente num perfil de estado gastador e perdulário vai começando a trazer seus efeitos colaterais. O pragmatismo eleitoral usado por Lula na condução da economia começa a apresentar sua conta.
Aumentar a gastança pública em empregos e assistencialismo nunca foi uma boa receita de crescimento sustentável.
A presidente (continuo achando que presidenta é feio e desnecessário) Dilma que até tem me surpreendido positivamente pela sua postura neste início de mandato, recebeu um grande abacaxi de seu padrinho para descascar, e precisa encontrar uma forma rápida de reverter o quadro, começando por fazer o seu ministro entender que 7 ou 8% de inflação anual é muito, e que começamos exatamente por esse caminho até chegar aos 86% mensais de Sarney em pouco mais de 20 anos.
E que no momento em que a inflação dos alimentos chega a 11% significa que para que, ganha até dois ou tres salários mínimos o horizonte é de cada vez um prato mais vazio em casa.
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