Tem um dito popular que diz “Filhos e peidos mal tolero os
meus” ou num português mais politicamente correto, bufas.
Dia desses após passar por mais uma provação, ou seria
privação, respiratória em um elevador por conta não de uma bufa, mas de um
excesso de perfume comecei a pensar em nosso mundo compartilhado.
Talvez seja porque tudo hoje em dia converge para
compartilhar o particular para o público em geral pelas redes sociais, mas
estamos perdendo o senso de que algumas coisas nossas por mais que as achemos
interessantes não tem o menor interesse para os outros.
Entre essas algumas são fáceis de listar, as bufas, por
exemplo, creio que ninguém ache que deva compartilhar com todos no facebook.
Aliás já andam testando a possibilidade de se enviar cheiros através da rede.
Não, não tenham ideias.
Mas outras muitas vezes nem nos tocamos de quanto são
chatas, irritantes e incomodadoras para os outros.
Cigarro. Esse nem requer muito comentário hoje em dia.
Conversa no celular. Quer seja assunto de trabalho ou a
resenha da noite anterior, o assunto só interessa a você e ao seu interlocutor,
ninguém mais quer saber o babado que rolou, salvo tenha sido uma pulada de
cerca, e aí sua cara metade gostaria de saber, mas nesse caso você prefere que
o assunto continue particular não é? Algumas pessoas ainda não se tocaram que
não precisam gritar para falar com a pessoa do outro lado da rede só porque ela
está longe. Talvez seja mais sensato pedir a pessoa que aumente o volume do
aparelho.
Perfume. Esse é outro item que muita gente adora compartilhar.
Veja bem, perfume é algo íntimo para ser sentido apenas por alguém que esteja
perto o suficiente do seu pescoço para sentir o cheiro. O mundo não precisa que
todos tenham síndrome de BOM AR e que decidam tornar a vida dos outros mais
cheirosa, ou no meu caso, por conta de alergia, irrespirável. Se alguém que está a mais de um metro de
você sente seu delicioso (nem sempre) perfume, tenha certeza que você exagerou
na dose. A não ser que você realmente acredite que o meio litro de bálsamo que
você derramou sobre si vá conquistar todas as gatas ou gatos dependendo de suas
preferencias por onde você passar.
Toc toc. Quer seja no banco da sala de espera, no avião etc.
Irritante alguém martelando, ritmicamente é ainda pior, na mesma cadeira onde
você está sentado, ou mesmo batendo o pezinho. Pode até ser que seu toc tenha a
ver com um TOC, mas nem por isso deixa de ser irritante para os demais.
Música. Essa merecia um artigo só sobre ela. Gosto não se
discute, apesar de que em alguns casos é difícil acreditar que possa haver algo
a ser gostado em algumas músicas, vide a versão para lá de tosca do Latino para
o hit Gangnam Style. E parece que quanto pior a música, mais xula, mais a
pessoa sente vontade de compartilhar para o mundo. Que você goste de Sertanejo
Universitário, Pagode baiana, axé, rock, mpb, ou qualquer outra coisa, entenda
que ouvir uma música compulsoriamente, mesmo quando você gosta dela, é por
demais irritante, e algumas como o brega eletrônico é um tortura hedionda.
Da mesma forma que seus molequinhos bonitinhos safadinhos do painho
irritam os outros com suas atitudes mal educadas, esses comportamentos listados
acima, e mais outros similares devem ser guardados no âmbito de sua vida
privada, e não compartilhados com o público. Aliás é por isso que o nome
daquele vazo no banheiro se chama de privada, já que a m... que você faz lá você
não pública, ou pelo menos por enquanto ainda não vi, e espero não ver ninguém
fazendo isso.
Ah! Ia esquecendo das Bufas. Apesar de também incomodadoras
essas podem ter pelo menos a desculpa de problemas de saúde. As demais só se
forem deficiências de saúde mental.
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