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Economista, Administrador, Analista de Sistemas e Pensador (forcei). Meu suporte está em Deus que me elegeu na eternidade como Seu filho sem nenhum mérito para mim, na minha esposa Verônica e meus filhos, os manos Accete, Raphael, Philipi e Victor. Amo a Deus sobre tudo. Mas não posso esquecer que sou Flamengo e tenho duas negas chamadas Penelope e Joaquina, a galega doida Lara Croft e a mulambo de estopa, Cocada.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Sobre mobilidade, oportunidade, vítimas e discurso vazio




Sobre um post irônico em ridicularizo a visão vitimista ao mostrar um caso de alguém que começou como faxineiro e hoje é vice-presidente de um banco inglês, fui questionado porque eu não coloquei meus filhos em uma escola pública. Respondi na lata:

- Porque elas não prestam.

E não prestam não porque sou elite, o que não sou nem nunca fui, mas porque a educação no Brasil há muito não é prioridade. Mas para constar, estudei em escola particular com bolsa, com livros e materiais dados por parentes, sou filho de um taxista e de uma costureira, se nunca passei fome, mimos como chocolates, pizzas, queijos, presuntos etc, só de vez em quando.

Vi minha mãe se acabar em cima de uma máquina de costura trabalhando até perto de meia-noite na virada de ano porque era a época de mais serviço, nunca tivemos direito a um natal e a um ano novo em família, e ao invés de choramingar aproveitei as oportunidade que tive, não  muitas e não todas, e não admito em hipótese alguma ser constantemente culpado por uma situação que sempre trabalhei para mudar.

E o que quis ironizar no post, foi ridicularizar todo um discurso de uma classe que nunca precisou batalhar de fato, sempre teve recursos de família, mas insiste em se colocar como defensor dos fracos e oprimidos sem nunca ter de fato ter feito um ato caridoso pessoal e sem querer abrir mão de nenhum privilégio. Vide os inúmeros artistas que vivem nababescamente mas defendem as vítimas da sociedade sonegando seus impostos, viajando para países que condenam, como os Estados Unidos e Europa, a parte rica.

Tenho uma curiosidade muito forte sobre o que fariam os moradores dos bairros nobres que são tão dedicados a defesa das vítimas da sociedade se começassem a ter acampamentos de MTST na frente de seus apartamentos e de suas casas, incluindo aí todos aqueles que acham que a sociedade tem uma divida impagável com os oprimidos.

Como esses defensores da caridade pública se comportam no âmbito privado quando estes tem a chance de fazer algo pessoal para ajudar e contribuir numa mudança de situação. Quantos já pagaram a escola, o medicamento, ou a refeição de alguém?

Sou radicalmente contra, e dentro das minhas possibilidades sempre defenderei essa posição contrária que assalariados e pequenos empresários, autônomos, paguem impostos para que de alguma forma poucas empresas sejam beneficiadas seletivamente com benefícios fiscais enquanto nenhuma contrapartida é de fato exigida e onde seus acionistas praticam uma sonegação empresarial e principalmente pessoal de forma acintosa.

Onde a regulação existe apenas para impedir que outros proponentes entrem no mercado. Onde a legislação trabalhista tão decantada só serve de fato para encher bolsos de advogados e juízes e prejudicar empresas que agem corretamente.

Esses sim podem ter alguma dívida, não os assalariados, pequenos prestadores de serviço e pequenos empresários que se viram para sobreviver enquanto aquelas outras empresas são sempre protegidas da livre concorrência em nome de falsos pressupostos de benefícios econômicos e sociais.

Não sou nem nunca fui contra políticas públicas de apoio e redução das desigualdades. Me acusar disso é desonesto, defendo o ensino amplo, irrestrito e de qualidade para todos até o ensino médio. Defendo universidades pagas, pelo menos para quem pode pagar. Sou contra cotas. O que não defendo é relevar crimes em nome de uma injustiça social, o que não defendo é ser chamado de “... Peste que merece morrer”, simplesmente porque consegui ter um carro, Não defendo esmolas sem contrapartidas que levem ao fim da necessidade delas.

E sim admiro casos de pessoas que começaram até pior do que eu e hoje estão bem melhor por seus esforços. Se no Brasil, admiro mais ainda por aqui ser mais difícil.

A pobreza não é decorrente obrigatoriamente da vontade da própria pessoa exclusivamente, não gosto de auto ajuda muito por isso, querer jogar a consequência dos insucessos apenas nas costas da própria pessoa, porém ao mesmo tempo deploro a ideia de considerar que todos na sociedade são culpados, nem que não há chances.

E a ideia de que numa sociedade todos serão iguais economicamente, me permitam é bobagem, a não ser que seja como as experiências sócio comunistas fizeram, reduzem drasticamente os ricos, apenas os amigos do PARTIDO, e os demais todos pobres.

E sim boa parte do discurso da vitimização vem de uma profunda inveja de não ter o que não consegue por falta de esforço e ao mesmo tempo da culpa sentida por pessoas que sempre viveram e vivem no privilégio como uma forma de acalmar suas próprias consciências.

A mobilidade social no Brasil é difícil exatamente porque no Brasil nunca houve liberdade econômica e aqui a política de benefícios sempre foi feita para manter pobres no curral e ricos como ricos através do favorecimento do capitalismo de estado.

E isso não mudou nos últimos 20 anos para que ninguém me acuse de envolver o PSDB e falar apenas do PT, apenas os primeiros foram um pouco mais pragmáticos e menos interesseiros.


E não, Redes e Piçóis não são alternativas.

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