Ontem
vi duas discussões entre posts de pessoas conhecidas que me chamaram a atenção.
A primeira questão se referiria Laicidade do Estado. Cada vez mais vemos
discursos vazios de argumentos sobre o assunto. As pessoas precisam entender
que laicismo nada tem de anti-religião, e se comportam como papagaios repetindo
argumentos pedindo para trocar nomes de ruas, estados. Claro que esses
argumentos são quase que exclusivamente direcionados a nomes e símbolos cristãos.
O
que ocorre é que essas pessoas sequer são honestas em suas considerações. Em nome
de uma revolta contra a sociedade ocidental, influenciados por argumentos da
nova esquerda, ficam repetindo sobre laicismo sem nem conhecer a origem do
termo e a que de fato se propôs.
Não
vou repetir todos os meus argumentos sobre isso, já os escrevi em outro
momento, mas quero informar aos inteligentinhos que a origem do chamado estado
laico está exatamente na igreja cristã reformada quando na Inglaterra iniciou
este movimento para que a igreja se separasse do estado parando o estado de interferir
nas decisões da igreja e não o contrário, mesmo porque a igreja é formada e
formadora de parte da sociedade e como cidadãos essas pessoas influenciam-na
com seus valores e crenças, mesmo que sem impô-las as demais. Porém o que vemos
hoje são pessoas defendendo um anti-religiosismo que mais beira a uma fé
fanática iconoclasta a fim de mudar até nome de estados brasileiros.
Esse
revisionismo de nomenclaturas veio atrelado a uma discussão sobre revisionismo
de nomes de logradouros públicos que possuem nomes de pessoas ligadas a
ditadura. Mais uma vez os argumentos se calcam na ideia de impor um novo
establishment . O engraçado é as pessoas selecionam o que é ditador para elas.
Esquecem seletivamente de figuras como Getúlio Vargas para citar um exemplo.
Seguindo
essa tendência, anti-ditadura e anti_religião poderíamos mudar vários nomes:
Getulio Vargas, Karl Marx, Fidel Castro, Che Guevara. Ou
Ainda Duque de Caxias, Dom Pedro I e II, Princesa Isabel, representantes do
imperialismo, Floriano Peixoto, primeiro golpista da República. E como não
citar corruptos como Sarney, Maluf e um tal Luís Inácio da Silva? Talvez o
ideal fosse os nomes de todos os logradouros fossem assim: Av. A, B , C etc. E
ruas 1, 2,3 ... As praças seriam A1, B17, C12 ...
Sem
falar que teríamos que mudar até mesmo nomes de comidas por conta de associações
religiosas.
Nos
argumentos pessoas citavam ausência de nomes de algumas figuras em outros
países. Numa pesquisa rápida temos sim logradouros com nome de ditadores em
outros estados, tais como Mussolini e Péron, ou alguém vai dizer que Péron não
foi alguém que perseguiu e torturou e assassinou seus adversários políticos.
Claro
que as pessoas que defendem esse revisionismo não pensam numa questão objetiva
e prática que nada tem de ideologia, imaginem o custo e os transtornos para
todo o país na troca de nomes de logradouros. Em todos os cadastros que
precisarão ser refeitos.
Mesmo
sendo radicalmente contra qualquer ditadura como sou, entendo que esse
revisionismo não passa de lenga-lenga ideológica tentando reescrever a história
e querendo dar ares de movimento popular e democrático a guerrilha comunista
que se tentava instalar no Brasil. Muitas vezes apoiada por inocentes úteis.
Nem
a Proclamação da República ousou um revisionismo desse. Nem a expulsão de
invasores pelos portugueses, vide as várias referências a Holandeses, Franceses
e mesmo espanhóis.